sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sobre desistir

Há duas coisas na vida que um homem precisa saber: Ou você toma coragem e vai, ou você se encolhe e fica. Pois é, pode ter certeza que você fica, fica no mesmo lugar, passa a vida toda enroscado naquilo que chama de cansaço cotidiano ou sei lá o que.
Ninguém é proibido de sentir dor, frio ou medo. Não acredite quando disserem que desistir não existe, que apenas fracos o fazem. Cada um pensa que conhece o melhor para si, e às vezes essa certeza é verdadeira, ou então depois de quebrar a cara você irá levanta-se e ver que estava tremendamente enganado.
Imagine como a vida seria sem graça se você vivesse fazendo as escolhas certas, não errasse nunca, será que seria realmente bom? E quanto você já aprendeu com seus tombos? Quanto já se libertou através de lágrimas? E você já viu como cresceu após desistir de algo, desistir de algo que não era certo para você, desistir daquilo que o matava por dentro e tomava sua própria identidade, você já percebeu?
Busque o que é bom para você, e então seja feliz. E se depois descobrir que mais uma vez fez a escolha errada, por favor não se estraçalhe com julgamentos, apenas recomece, faça outra escolha e vá em frente, só não pare de viver por causa de um erro.



Isabelle Dias

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

É o novo minha gente

Um dia você precisará deixar de ser envolvido pelas asas de alguém, e então sair de seu casulo e voar sozinho. Guiar a própria vida, esse é o segredo. Todos precisamos passar por isso, mas tudo fica tão oco quando chega esse momento. Primeiro vem a euforia, a vontade de tomar seu próprio rumo, logo depois independência, e por fim o vazio. Paramos e pensamos: Não é fácil viver por si. Quero voltar para meu casulo.
Sinto muito, é tarde demais. Os rumos estão tomados, então segue a vida e aceita tudo com a cabeça erguida. Luta com força e preencha todo esse coração com aquilo que é novo, e podem ter a certeza que o novo atrai muito mais. Excita, ferve aqui dentro e nos joga para lá e para cá. O novo é a melhor coisa que nos acontece.
Mas posso confessar uma coisa? Agora que conheço o novo me desespero às vezes, mas sei que isso é preciso, pois não há nada como os anseios, e esse mistério que pula em meu peito. E assim vou de pouquinho em pouquinho acostumando-me, mas acreditem, é uma luta diária. Apenas algo torna-me cada vez mais perseverante (eu acredito): Todos os dias acordo com a autentica vontade de uma menina-mulher sendo desvendada; Sair de casa para descobrir o mundo.
[...]
"Sou assim, um furacão. Tudo tem que ser pra valer, caso contrário, nada me serve. Eu preciso sentir, preciso saber, existir para mim vai além. Se viver fosse apenas uma saída, eu iria preferir não ter conhecido nosso mundo. Deus sabe o que faz, e porque faz."
[...]

Certo dia disseram-me: Você precisa deixar de ser tão intensa, assim acaba se magoando e esperando muito de tudo, de todos, sempre esperando.
E eu permaneci calada, pensei nisso por bastante tempo, então disse - não sei se tão segura quanto queria ou precisava - mas disse: Quer saber coração, me deixa vai, você me fez assim, agora aguenta bonitão. Essa intensidade toda vem de você, agora me diz, quem precisa deixar de ser tão intenso nessa história toda, me diz?

Ele calou. E está assim até hoje: Intenso!

Isabelle Dias

domingo, 12 de setembro de 2010

Help coração! HELP!

Tudo é questão de escolha, e eu escolhi assim. Não posso mais ser aquela menininha boba, mas é tão grande essa tentação que me persegue. Esse teu sorriso que insiste grudar em minha lembrança, balançar meus sentimentos. Preciso de você, mas não posso, não agora, porque olha como estou mudando, e quando a gente muda o mundo muda. Muda mesmo? Será? Ai, meu coração teima comigo, eu digo uma coisa e ele agarra outra com todas às forças. Estou dividida, confusa, meu Deus. Help!
Não adianta dizer não, bater o pé, pois ele, o teimoso Sr.Coração não entende, não entenderá. Esse sentimento não é vício, muito mesmo obsessão, mas é combustível para meu ser. E ele tornou-se labirinto dentro de mim, e mesmo que um dia tente achar uma saída - o que é improvável - eu não encontrarei, pois amor impregna, fica, entra, eterniza. Mas não posso! Não posso querer tanto seu abraço, desejar todos os dias penetrar meu olhar no teu. Eu não posso.
E às vezes o que mais faz doer aqui dentro é saber que estou ganhando outros olhos, e enxergando que a vida não é feita só de amor, de um único amor. Agora posso me desgrudar, posso? Só um pouquinho. Eu preciso que diga-me que sim, caso contrário, nada feito, então permaneço, eternizo ao seu lado. E vê agora, é esse meu dilema: Esperar sempre de você às respostas que preciso.

"Deixo assim ficar,
subentendido..."

terça-feira, 11 de maio de 2010

Noite Feliz

O Natal se aproximava, faltavam exatamente 3 dias para a data mais esperada durante todo o ano por Alice, uma pequena e encantadora garotinha que adorava afirmar que o natal é muito melhor que aniversário ou qualquer outro dia especial.
Manhã do dia vinte e quatro de dezembro. Aquele corre-corre sem fim no apartamento 17 do edifício Rita Cruz. A família toda se preparando para passar o natal na casa de campo do tio Alberto, 120 kilometros longe dos prédios, das buzinas e do trânsito da cidade grande. Nada melhor que o sossego do interior.
Pouco antes de tomarem o rumo da estrada, o pai vai até a garagem conferir se está tudo certo com o veículo. A mãe está no quarto terminando de arrumar as malas e Lucas, o filho mais velho do casal, corre de um lado para o outro de tanta euforia.
- Vamos, vamos! Quero chegar logo a casa do titio.
Estranho! A que mais se empolga com a data, não se econtrava tão euforica quanto o irmão. Alice está sentada em sua cama, com Maria Flor ao colo (sua bonequinha de pano). Concentrada e com o pensamento longe, quem entrasse no quarto poderia jurar que era a expectativa para abrir os presentes de natal.
Todos já estão preparados para a viagem, então pé na estrada. Pouco mais de 2 horas já estão na casa de campo. Lucas desce enérgico, enquanto os pais tiram as malas do carro. Lá está o resto da família, todos felizes se acomodam e se paparicam.
Horas depois preparam a mesa para a ceia, arrumam todos presentinhos ao pé da árvore gigantesta que existe na sala - claro que tudo isso sem despertar a atenção das crianças que brincam no jardim. E como em todos os outros anos, tio Alberto seria o Papai Noel, mas como sempre, só os adultos sabiam, nada de estragar a magica noite das crianças, já pensou se elas descobrem que o bom velhinho não vem todos os anos do Polo Norte, pois ele mora na casa de campo e é o titio preferido e com uma barba falsa. Essa descoberta seria um verdadeiro desastre, sempre estiveram certos disso.
Após a ceia as crianças corriam euforicas pela sala, - Aí vem o papai noel! Isso que gritavam os adultos, se envolvendo na mesma magia. Então tio Alberto, digo, papai noel, entra rapidamente em cena, uma alegria que só... Os pequenos e o bom velhinho gritam insandecidamente, HO-HO-HO FELIZ NATAL. Alice sorri, mas não se anima como as outras crianças. O natal a atrai, a casa de campo também, mas esse ano estava tão calada. Isso era o que toda família conseguia perceber.
Começa a entrega dos presente. As crianças se esmagam, eu quero a caixa maior, eu quero o carrinho de controle, eu quero esse, eu quero aquele, e enfim todos com seus presentes... Na verdade não eram exatamente "todos", o bom velhinho percebeu que restou um ao pé da árvore, olha para cada criança e nota que uma delas ainda está sem seu presentinho, e por mais incrível que aquilo pudesse parecer, era Alice, a pequena mais apaixonada pelo natal.
- Alice querida, venha até aqui, esse é o seu.
A garota dá seus passinhos até a árvore, estende os braços e pega o pacote.
- Vamos, não vai abrir?- Não!
- Mas é seu Alice, pode abrir!
- Esse ano eu não quero o meu presente de Natal... vou dar para a menina que sempre fica na avenida pertinho de casa. - deu um leve suspiro e se calou.
Todos ficaram assustados, a Alice abrindo mão de seu presente?
- Como é o nome dessa sua amiguinha, querida? Se quiser podemos arranjar um outro presentinho a ela, o que acha?
- Eu não a conheço, não sei seu nome, mas tudo bem quanto ao presente, todos os natais ganho, no aniversário e dia das crianças também... então posso dar esse a ela.
- Tem certeza que quer ficar sem presente esse natal?
- Sim, tenho certeza papai noel! - falou com um ar de certeza, olhando fixamente para o bom velhinho.- Mas como vai saber se ela gostará do presentinho?
- Sei que ela irá gostar, pois assim não precisará mais juntar moedinhas todos os dias lá no semáforo para comprar seu presente de natal.
Após ouvirem o que a pequena disse, todos os adultos que estavam na sala ficaram paralizados e só conseguiam pensar em uma coisa o resto da noite; como estaria sendo o Natal do garota do semáforo?


"Há uma certa vergonha em sermos felizes perante certas misérias."

Isabelle Dias

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Esse conto fiz para a seleção do "Desafio dos Escritores", um desafio super bacana que rola todo ano pela internet, é organizado por um pessoal da Literatura de Câmara.
(segue o site: http://literaturadecamara.sites.uol.com.br/).
Fui selecionada, mas só cheguei a elaborar 3 contos e logo fui eliminada (hehe), mas cresci muito com eles, com as dicas dos jurados, e com tudo mais. Deixo aqui meu muito obrigada, e espero ano vem ter o enorme prazer de novamente me ver nesse desafio maravilhoso.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Talvez eu só precise de algumas palavras

Ele está ali, sentado no seu lugarzinho preferido, enquanto a observa.
Eu não sei como, mas algo tão forte sempre existiu, mas isso às vezes parece tão indiferente e tão escondido a sete-chaves.
Ela se aproxima como quem não quer nada, olha disfarçadamente para um lado e para o outro - Um silêncio, dois corações e o perdão... Enquando isso os dois continuam ali, calados.
Quantos anos se passaram, será que ninguém entende?
Ela é apenas uma garota, não é mais a menininha que fazia de conta que não poderia entender. E agora, mais do que nunca, sente que precisa falar algo a ele, - mas falar o que?
Algo simples, basta! Palavras como aquelas das cartinhas que o escrevia alguns anos atrás. As mesmas palavras que valem muito mais que os mais belos poemas.

Palavras rabiscadas num pequeno bilhetinho que agora ele tira do bolso, e lê com os olhos cheios de lágrimas ou arrependimento.

"Quantos estavam ao seu lado esse tempo em que eu estava longe, mas hoje vejo que nenhum deles conseguiram ver seu coração.
Você escolheu assim! Você quem quis deixar seu jardim, e ir regar outro, e hoje, por mais que eu tente, não consigo dizer nada que seja tão claro o suficiente ao que sinto. Mas não esqueça, quando quiser voltar, eu estarei aqui, e feliz ao saber que mesmo com tantos erros, agora você começou a se encontrar.
Seu primeiro jardim já cresceu, e hoje está aqui para dizer que Te ama muito e precisa cuidar de você."


Isabelle Dias

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Minha única droga e meu único vício

Hoje quando abri meus olhos, senti o medo brotando dentro de mim. Ah, como eu queria ter o sentido antes! Como eu queria ao menos um sinal seu.
Passei a vida toda perdido em meio aos enganos que me faziam enroscar pelo caminho, mas minhas certezas sempre batiam em minha porta, e eu? Eu seco, sempre as mandava embora. Agora percebo como o inverno chegou mais cedo em minha vida - E você não está aqui para ajudar a derreter todo esse gelo do meu coração, me envolvendo no calor de seus abraços.
Eu não queria que tudo tivesse terminado assim. Me perdi, te perdi! Perdi da forma mais estúpida qual alguém poderia perder. Me afundei em minhas próprias escolhas e hoje eu sigo só. Vejo folhas caindo por onde passo, ouço os ruídos de meus passos, isso me faz sentir ao máximo essa solidão... isso aumenta esse medo, congela ainda mais o meu coração, apagando a sua chama. "Soltei tua mão e hoje não lhe encontro!"
Ah meu amor, meu único e verdadeiro amor... queria você de volta, mas sei que te magoei e seu perdão está tão longe. Acreditei em outras pessoas, enquanto você era a única que me dizia aquilo que eu precisava ouvir, você era minha única verdade. Agora eu corro em desespero, mas coloquei a corda em meu próprio pescoço, fui eu quem escolhi assim.
Passei tanto tempo ao seu lado e agora não posso mais te segurar, não posso te ter por perto, você está muito distante. E eu continuo batendo minha cabeça pelas esquinas, em busca do meu caminho, procurando em cada rosto seu olhar e em cada palavra o seu amor.
E hoje tenho a coragem de dizer toda a verdade, dizer que estraguei minha vida... nossas vidas. Eu sempre soube que sensações boas eu só sentiria ao seu lado, mas ignorei isso. Me deixei levar por coisas tão pequenas, um vício tão imbecil, mas agora eu sei o que realmente me fazia feliz, era você, só você; e hoje você é minha única droga e meu único vício.

"Agora eu acordei, estou aqui... e você, onde está? Vem logo, por favor... aqui faz muito frio sem você."

Thumbing My Way (Pearl Jam)
Arrumando Meu Caminho

(...) I can't see what's next, from this lonely overpass
Eu não consigo ver o que está por vir, desta passagem solitária
hang my head and count my steps, as another car goes past
de cabeça baixa e contando meus passos, é mais um carro passando
all the rusted signs we ignore throughout our lives
todos os sinais enferrujados que nos ignoramos por toda nossas vidas
choosing the shiny ones instead
Em vez deles escolhemos os brilhantes
i turned my back, now there's no turning back
Eu mudei minha direção, agora não há como voltar
no matter how cold the winter, there's a springtime ahead
Não importa quão frio seja o inverno, há uma primavera adiante
i smile, but who am i kidding?
Eu sorrio, mas quem estou enganando?
i'm just walking the miles, every once in a while i'll get a ride
Eu estou percorrendo as milhas, de vez em quando eu pego uma carona
i'm thumbing my way back to heaven
estou arrumando meu caminho de volta ao céu.


























Minha única droga e meu único vício (28/06/2009) - Isabelle Dias

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Nada é fácil de entender

"Dorme agora
É só o vento

Lá fora
!"

Agora és anjo

Hoje o tempo fechou
Sinto que logo vai chover
Quero pensar no que ficou
Mas também preciso saber como vai ser

O mundo vai girar
Tudo por nós irá passar
Mais algo não vai ser igual
Parece tão normal
Mas não é fácil assim
Porque só quem sente sabe
O quando as vezes é difícil sorrir

Feche os olhos
Segure minhas mãos
Tudo vai ficar bem
Aqui no caração

Agora que és anjo
Pode nos olhar
Ficar nos corações
Pois logo todos vamos nos encontrar.

Em Memória de Júnior (Bu)

It's more than just words
(...)

~*

A vida é assim, engraçada


Tudo na vida tem começo, meio e fim. Nós não sabemos o que virá amanhã, se fará sol ou se irá chover. Não sabemos se vamos sorrir, chorar ou vamos ir embora.
Tudo é porque tem que ser, ocorre por um motivo e nada é por acaso. Começa por algum propósito e pode até termina pelo próprio, assim acredito.
A vida não é "por quê" ou teorias inacabáveis; A vida é amor, sonho, luz e até tristeza, algumas vezes, mas para isso também é força, a nossa força; mas não podemos esquecer, a vida é toda nossa. E não importa se será rápida ou longa, não pense nisso, o importate é que ela é o maior bem que nos foi dado. "O Futuro pode até pertencer a Deus, mas quem escolhe o caminho, é você, pense no hoje, que o amanhã virá bem melhor."

Com carinho... Isabelle Dias